O
primeiro romance de Pedro Neschling reproduz um pouco do que pode ser a
vida e os anseios de jovens adultos: a opção por uma faculdade e o
início da trajetória profissional; a sensação de grandes potenciais a
desenvolver; ideais e projetos que vão se transformando ao entrar na
vida adulta; a eventual realidade de por vezes precisar se reinventar ao
se deparar com certas situações...
Ao
longo da narrativa é possível ver como pessoas que eram tão ligadas na
adolescência, de repente, seguem caminhos totalmente diversos, sem
sequer dar conta da distância que esse tempo impõe a elas: contingências
da vida. E quando os planos saem totalmente dos trilhos, os
personagens se deparam com uma vida do jeito que ela pode ser, muitas
vezes bem mais crua que nos seus sonhos de criança ou adolescente, um
tanto distante daquela linda idealização. Vão percebendo que o viver
envolve muitas variantes que não vislumbravam em seu horizonte
anteriormente, mas ainda assim que a energia transformadora pode operar
mutações e redirecionar o rumo dos acontecimentos.
É
um livro ao mesmo tempo leve e divertido, mas que faz refletir sobre as
alegrias e agruras dos vinte e poucos anos. A história, que aflora
no(a) leitor(a) sentimentos de identificação e familiaridade com alguns
acontecimentos, se desenrola focando em um personagem por vez, em breves
capítulos como esquetes, mostrando a passagem do tempo ao longo de uma
década. Recomendo!
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